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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DA FALA PARA ESCRITA: atividades de retextualização, de Luiz Antônio Marcuschi, 2001.

Por Melquezedeque Farias Rosa


         A relevância é um dos critérios para se produzir uma obra de caráter cientificamente propositivo. E nesse sentido, o trabalho de Marcuschi é relevantemente plausível, apesar de alguns limites que o contornam. Pois trata de uma questão cujo entorno ainda se reveste de confusões: a questão da fala e da escrita e da passagem de uma para outra através do processo de retextualização. Mas para fazer essa passagem é necessário ter claramente uma concepção de língua que a suporte, que para o autor é a de língua enquanto fundada nos usos que fazem dela os falantes segundo suas intenções comunicativas.
Estruturando sua obra em dois capítulos, Marcuschi trata no primeiro capítulo de desfazer o preconceito ainda existente entre fala e escrita colocando-as em relação de igualdade de importância. O autor faz isso como desdobramento da discussão sobre oralidade e letramento que intitula esse primeiro capítulo.  Nessa esteira, Marcuschi discute a distinção não-dicotômica entre oralidade e letramento – concebidos como práticas sociodiscursivas – e entre fala e escrita – concebidas como modalidades de uso da língua.
O segundo capítulo dedica-se às sugestões de Marcuschi sobre o processo de retextualização. É quando o autor analisa e trata da questão da passagem da fala para a escrita de maneira analítica, objetiva e propositiva. Marcuschi argumenta que as diferenças entre fala e escrita “não são polares e sim graduais e contínuas. São duas alternativas de atualização da língua nas atividades sócio-interativas diárias” (2001, p. 46).  Por essa razão, a passagem da fala para a escrita, ou a retextualização como chama Marcuschi, não é um procedimento configurado na anulação de uma dicotomia, mas um procedimento configurado como deslizamento (shifting) de uma modalidade de uso da língua para outra modalidade de uso da língua segundo as intenções comunicativas e as necessidades sociodiscursivas.
Percebe-se, portanto, que Marcuschi em sua obra faz uma proposta para o processo de retextualização da fala para escrita que possa servir para o ensino de língua nas escolas; proposta que pode também contribuir como atividades de compreensão de texto.


Referências

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001.

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